quarta-feira, 30 de abril de 2014
terça-feira, 29 de abril de 2014
"Guerra ou Paz é um filme necessário"
Foi com surpresa que recebemos este texto de Carlos Gouveia-Melo, escrito depois de ter ido ver o documentário Guerra ou Paz, de Rui Simões. Agradecemos a gentileza ao autor.
A
propósito de “Guerra e Paz”, filme de Rui Simões
Sou parte interessada no filme “Guerra
e Paz” de Rui Simões (2012) e por isso tenho alguma dificuldade em falar dele a
qualquer nível. Gosto das suas imagens e concisão, da sua capacidade em findar
os testemunhos quando eles arriscariam a tornarem-se redundantes ou
“comoventes”, da multiplicidade de gente que entrevista – temos tendência para
ver apenas a cor europeia do exílio – da música com que nos desembala – isto é
– nos desenrola o filme - enfim, gosto,
sobretudo, de ouvir falar sobre um tema que se, igualmente o tratei a nível de
ficção (“Paulema”, Lisboa: Ed. Escritor, 2000), raramente vejo estudado: a
recusa da ida à guerra colonial portuguesa, o que isso significou.
Mas se tenho dificuldade em falar do
filme e perceber onde acaba e começa o meu interesse nele, de modo a inibir-me
o distanciamento, já não me coíbo de dizer que se trata de um filme necessário,
quer porque contribui para o estudo da história do colonialismo português, quer
porque é importante que se fale deste seu aspeto, tão fraturante na sociedade
portuguesa quanto o foi a partida dos que, aceitando o colonialismo,
participaram na guerra, regressando
destruídos psíquica e fisicamente.
Qualquer estudo sobre guerra implica
uma reflexão sobre o ser jovem num determinada época – a do conflito – e o que
isso significou em vidas que profissionalmente se iniciavam. Quais as
implicações de ter de abandonar o seu país sem possibilidade de regresso e, na
maioria das vezes, com escasso dinheiro ou nenhum? Que geração adveio daí? Que
acontece a gente que desta forma se torna adulta? Como isto se reflete na
relação com o Poder?
Na medida em que os entrevistados de “Guerra e Paz” não se focam sobre um aspeto em especial do exílio mas dão dele, sobretudo, uma visão panorâmica, diria curricular, as questões que acima aponto estão presentes no filme, mas só de passagem. Assim, se sabemos que a vida do militar implicava matar inimigos, já ficamos sem conhecer os inimigos que devia matar o exilado para sobreviver: a saudade dos parentes, amigos, país, etc.? A necessidade de aceitar o desconforto? A desclassificação social e económica quando se abandonou uma vida desafogada no meio familiar para se tornar imigrante, tantas vezes limpador de retretes/ homem a dias num país hostil? Se o soldado traz da guerra os seus traumas – e para sempre pode ficar seu refém - que dores causou afinal o exílio?
Na medida em que os entrevistados de “Guerra e Paz” não se focam sobre um aspeto em especial do exílio mas dão dele, sobretudo, uma visão panorâmica, diria curricular, as questões que acima aponto estão presentes no filme, mas só de passagem. Assim, se sabemos que a vida do militar implicava matar inimigos, já ficamos sem conhecer os inimigos que devia matar o exilado para sobreviver: a saudade dos parentes, amigos, país, etc.? A necessidade de aceitar o desconforto? A desclassificação social e económica quando se abandonou uma vida desafogada no meio familiar para se tornar imigrante, tantas vezes limpador de retretes/ homem a dias num país hostil? Se o soldado traz da guerra os seus traumas – e para sempre pode ficar seu refém - que dores causou afinal o exílio?
Esta
dimensão, a dor ou mal que o
exílio provoca no ser, surge referida,
por exemplo – mas não explicada – no caso da criança que vive o exílio “ao contrário”, isto
é, quando os pais, que permanecem no
estrangeiro, a enviam para Portugal, e de cuja criança se diz, sensivelmente, que
nunca recuperou da experiencia.
E os exilados? Recuperaram? Portugal recuperou-os?
“Guerra e Paz” é um filme necessário,
pois edifica um dos tijolos da temática “recusa da guerra colonial portuguesa”,
indispensável à compreensão, quer da revolução de Abril, quer do sucedido
posteriormente.
Não é um menor atributo dos filmes de
Rui Simões (vd. “Deus, Pátria, Autoridade”) contribuírem para o esclarecimento
da história portuguesa mais recente.
Obrigado, Rui Simões!
Carlos
Gouveia-Melo
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Ana Delgado Martins no CMTV
A realizadora Ana Delgado Martins foi convidada pelo CMTV a partilhar a aventura de fazer o documentário DE ARMAS E BAGAGENS, sobre os portugueses que deixaram Angola entre 1974 e 1976, entre os quais a sua família. Assista à conversa aqui:
quinta-feira, 24 de abril de 2014
PROJECÇÕES de filmes REALFICCÃO na 5ªSEMANA DE ABRIL e 1º de MAIO
terça-feira, 22 de abril de 2014
segunda-feira, 21 de abril de 2014
PROJECÇÕES de filmes REALFICCÃO na 4ªSEMANA DE ABRIL
CICLO REAL FICÇÃO NA FNAC VISEU
DEUS PÁTRIA AUTORIDADE, BOM POVO PORTUGUÊS, QUEM VAI À GUERRA, CARTAS DE ANGOLA, BAFATÁ FILME CLUBE, E GUERRA OU PAZ fazem parte da AGENDA CULTURAL DA FNAC VISEU, de 16 a 30 de ABRIL, onde também terá lugar um ENCONTRO COM O REALIZADOR RUI SIMÕES a propósito dos 40 ANOS DEPOIS DO 25 DE ABRIL
![]() |
clique na imagem e veja toda a Agenda Cultural da Fnac Viseu |
quarta-feira, 16 de abril de 2014
GUERRA OU PAZ em EXIBIÇÃO no TEATRO DO BAIRRO (Lisboa)
terça-feira, 15 de abril de 2014
GUERRA OU PAZ no semanário SOL
Entrevista por César Avó a Rui Simões, a propósito do filme GUERRA OU PAZ, no semanário SOL
segunda-feira, 14 de abril de 2014
CICLO REAL FICÇÃO NA FNAC VASCO DA GAMA ENTRE OS DIAS 16 E 27 DE ABRIL
sexta-feira, 11 de abril de 2014
LANÇAMENTO DO DVD DO FILME GUERRA OU PAZ NAS LOJAS FNAC
quinta-feira, 10 de abril de 2014
PROJECÇÕES de filmes REALFICCÃO na 3ªSEMANA DE ABRIL
DE ARMAS E BAGAGENS GANHA O PRÉMIO DE MELHOR DOCUMENTÁRIO NO FESTIN
O júri elegeu De Armas e Bagagens, de Ana Delgado Martins, como melhor documentário pela "escolha elaborada e bem conseguida de conciliar a parte histórica com imagens de arquivo e as entrevistas, bem como a própria filmagem"
VEJA TODA A INFORMAÇÃO OFICIALMENTE AQUI
quarta-feira, 9 de abril de 2014
terça-feira, 8 de abril de 2014
segunda-feira, 7 de abril de 2014
quinta-feira, 3 de abril de 2014
quarta-feira, 2 de abril de 2014
ESTREIA do filme ''DE ARMAS E BAGAGENS'' no FESTin
5 DE ABRIL, às 20H30, no CINEMA SÃO JORGE, Lisboa.
COM A PRESENÇA DA REALIZADORA
terça-feira, 1 de abril de 2014
DE ARMAS E BAGAGENS, de Ana Delgado Martins, ENTRE AS 17 LONGA-METRAGENS EM COMPETIÇÃO no FESTin
![]() ![]() Sábado, 5 Abril, às 20h30 na sala 3 do Cinema São Jorge COM A PRESENÇA DA REALIZADORA Os bilhetes para o festival estão à venda na bilheteira do Cinema São Jorge e têm um custo de 3,00 € (bilhete normal); 2,50 € (até 25 anos e maiores de 65 anos:); 1,50 € (estudantes; Maratona de documentários – por sessão; grupos de mais de 10 pessoas – por pessoa); 5,00 € (todas as sessões da Maratona de documentários). Para mais informação CLIQUE AQUI |
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