QUEM VAI À GUERRA da realizadora Marta Pessoa, terá a sua ante-estreia numa sessão especial no Festival Internacional de Cinema Independente IndieLisboa’11 hoje pelas 21.30h no Grande Auditório da Culturgest. A sua estreia comercial nas salas de cinema nacionais terá lugar no dia 16 de Junho em Lisboa, Porto e Aveiro.No ano em que se assinala o cinquentenário do início da Guerra Colonial (1961-1974) é ainda bastante evidente que a Guerra continua a afectar muito directamente os seus ex-combatentes.O universo militar que sustenta uma guerra é tradicionalmente dominado por homens. O país que Portugal foi entre 1961 e 1974 era dominado politicamente por homens.
Mas terão ficado as mulheres fora desta guerra colonial?
Não estão também as mulheres em guerra, mesmo quando esperam?
As mulheres dos soldados portugueses estiveram na guerra, viveram-na, em forma de receios e palavras escritas em aerogramas censurados, ou na descoberta de terras e modos de vida diferentes, com a urgência e o medo a marcar-lhes o quotidiano.
Para o grupo de 46 enfermeiras pára-quedistas, únicas mulheres militares, a realidade era a da experiência directa da guerra, dos ataques, das evacuações, das mutilações e mortes dos soldados que ao longo desses 13 anos de guerra socorreram.Há nestas mulheres uma história da guerra colonial portuguesa.QUEM VAI À GUERRA recria em estúdio, a partir dos objectos, fotografias e ambientes mais marcantes destas memórias femininas, um espaço de apresentação de testemunhos, onde as mulheres partilham as suas histórias de guerra. Em cenários de assumida teatralidade, vão sendo construídas as imagens femininas da guerra, onde os universos doméstico e bélico se cruzam. Cenário feito também de violência e da desolação de uma guerra, contrariando um olhar romântico, que tão rapidamente se pode tornar nostálgico.Se há algo que sobressai do discurso feminino sobre a guerra é a ideia de que esta é sempre iníqua e devastadora. Afinal, é de guerra que se fala.
“A guerra colonial é olhada aqui pelo lado feminino: esposas, noivas, correspondentes, enfermeiras de guerra, companheiras na retaguarda... Experimentam a dor de ver morrer combatentes ou de suportar as sequelas longos anos, testemunhando uma vívida e diferente perspectiva”
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